Mais uma eleição e a história se repete. Os candidatos prometem, se empenham, (uns mais que outros), fazem da campanha uma vida a parte em prol de um objetivo: se elegerem a algum cargo público. Mas a realidade do nosso país é diferente. Nessas eleições assistimos a uma grande bagunça e inversão de valores dos políticos e eleitores.
Em São Paulo, um verdadeiro show. Tiririca, Leandro do KLB, Netinho de Paula, filhos de artistas como Raul Gil, jogadores de futebol, todos tentando se aproveitar da democracia para pegar carona nos altos salários e nas mordomias oferecidas aos parlamentares estaduais e federais. Porém, o que pude constatar nessa eleição, levando em consideração que vivi, por quatro meses, as diversas faces desse processo, foi a triste realidade que mostra: o eleitor é muito mais corrupto do que aqueles políticos que vive acusando.
Aqui em Minas, trabalhando com um candidato à reeleição a deputado estadual, cansei de ouvir as seguintes frases: "Paga um cervejinha pra gente que o voto ta garantido". Outros são eleitores alcoólatras mais refinados que pedem uma garrafa de vodka ou um copo de wisk. "Doutor, meu aluguel está atrasado, dá uma força aí que aqui em casa somos tantos e todos nós vamos votar em você". "O senhor podia pagar a minha conta de luz, prometo que trabalho de graça pedindo voto". Cheguei ao ponto de ouvir absurdos do tipo: "Vocês só trazem papel e esse blá blá blá, tem é que arrumar 100 reais pra cada um e pronto".
Enquanto os eleitores não entenderem a verdadeira essência do voto e para que elegem seus representantes, vai ser muito difícil mudar as diretrizes e a história do nosso país. Quanto a corrupção dos políticos, ela existe, mas precisamos olhar para nós, eleitores e perceber que a corrupção começa no pedido da cervejinha, do aluguel atrasado e na conta de luz. Não podemos cobrar deles se nós mesmos não fizermos nossa parte.
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